
São Paulo - Com o sorteio dos grupos realizado no início de dezembro, em Washington, a Copa do Mundo de 2026 começa, na prática, muito antes do apito inicial. A definição das chaves oferece um primeiro retrato do torneio que será disputado entre Estados Unidos, Canadá e México, com 48 seleções pela primeira vez na história.
Mais do que projetar classificados, o momento é de leitura cuidadosa sobre o que cada seleção pode apresentar até junho, considerando elenco, estilo de jogo, logística e contexto competitivo.
No Grupo C, o Brasil enfrentará Marrocos, Haiti e Escócia, com estreia marcada para 13 de junho, diante dos marroquinos. O grupo ilustra bem o espírito desta edição: seleções de diferentes continentes, níveis de experiência distintos em Copas do Mundo e estilos de jogo contrastantes. Esse tipo de combinação se repete ao longo das 12 chaves e reforça a necessidade de análises mais amplas antes do início do torneio.
No caso brasileiro, o período até a estreia será decisivo para definir a base da equipe. Já seleções como Marrocos, que chegaram longe em 2022, tentam confirmar se aquele desempenho foi pontual ou parte de um processo mais duradouro. Em outros grupos, como o L, com Inglaterra, Croácia, Gana e Panamá, a diferença de experiência internacional também tende a influenciar o ritmo da disputa.
Estilos de jogo e choques culturais
A Copa de 2026 deve ampliar o número de confrontos entre escolas futebolísticas pouco habituadas a se enfrentar. Grupos como o H, que reúne Espanha, Uruguai, Arábia Saudita e Cabo Verde, ou o E, com Alemanha, Costa do Marfim, Equador e Curaçao, colocam frente a frente propostas táticas bastante distintas.
Assim como em 1998, Brasil terá Marrocos e Escócia em seu grupo
Leia a notícia completaLogística, deslocamentos e calendário
Outro fator relevante nesta edição é a logística. Com partidas espalhadas por diversas cidades da América do Norte, os deslocamentos longos e as variações climáticas entram na conta das comissões técnicas. No Grupo C, os jogos do Brasil estão previstos para cidades do Leste dos Estados Unidos, o que reduz viagens extremas, mas ainda exige planejamento de recuperação física e adaptação.
Além disso, o calendário internacional interfere diretamente no nível de preparação. Algumas seleções europeias ainda passarão por repescagens, enquanto outras chegam ao Mundial com elenco definido com maior antecedência. Essa diferença pode pesar nas primeiras rodadas, especialmente em um formato que valoriza cada ponto conquistado.
Estratégia em um formato ampliado
Com 12 grupos de quatro seleções, avançam ao mata-mata os dois primeiros colocados de cada chave e os oito melhores terceiros. Esse desenho altera a lógica da fase inicial. Empates ganham importância, o saldo de gols passa a ser observado com atenção desde o início e o controle de risco se torna parte central da estratégia.
Para seleções estreantes ou com menor tradição, o novo formato abre espaço para campanhas consistentes sem a necessidade de vencer todos os jogos. Já as favoritas precisam equilibrar rodagem do elenco e busca por resultados, evitando decisões precipitadas logo no começo do torneio.
Expectativa que cresce antes da bola rolar
Com os grupos definidos, a Copa do Mundo de 2026 passa a ser analisada com mais profundidade, tanto por especialistas quanto pelo público. A expectativa não se limita às estreias ou aos confrontos mais tradicionais, mas também às projeções que começam a ganhar força ao longo do ciclo preparatório.
À medida que amistosos, eliminatórias e torneios continentais avançam, os palpites da Copa do Mundo 2026 tendem a se tornar mais frequentes e fundamentados, acompanhando a evolução das seleções e os sinais deixados antes do maior torneio do futebol mundial.