Operário conquista título inédito na Série D e coloca Paraná em outro patamar

Paraná - O Operário esperou 100 anos para causar rebuliço no futebol estadual e nacional. O clube de Ponta Grossa, distante 103 km de Curitiba, garantiu o inédito título do Campeonato Paranaense em 2015, foi rebaixado no Estadual 2016 e, neste domingo, voltou a fazer história com a conquista da Série D do Campeonato Brasileiro. Após golear o Globo, por 5 a 0, em Ceará-Mirim, o Fantasma até foi derrotado pelos potiguares, por 1 a 0, no Germano Kruger, mas fez festa assim mesmo. A final contou com 8.678 pagantes, o 5º maior público da edição 2017. Essa é a primeira volta olímpica do Paraná e do Sul em nove edições da última divisão nacional.

Os paranaenses, aliás, não venciam uma divisão de Brasileirão desde a Série B 2010 com o Coritiba. Na Série A, o Atlético Paranaense foi o último a soltar o grito entalado na garganta em 2001. Um ano antes, o Malutrom faturou a Série C para o estado. Além do Paraná, só Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo ostentam títulos das quatro divisões nacionais.

O Operário, assim como Atlético Acreano, Remo e Volta Redonda, precisou de quatro chances para conquistar o acesso, uma a mais do que o recordista CSA. O clube do interior paranaense debutou em 2010 e chegou a brigar pelo acesso, mas acabou em 6º lugar. Na temporada seguinte, o Fantasma deixou a desejar e só voltou a marcar presença em 2015. Em 2017, porém, os sulistas não só garantiram a vaga para a Série C como ainda faturaram a Série D. Globo-RN, Juazeirense e Atlético Acreano também subiram de divisão na atual temporada.

A vaga para a final foi obtida ante os acreanos, enquanto o acesso aconteceu diante do Maranhão. Líder do seu grupo que tinha Brusque, XV de Piracicaba e São Paulo, o Operário também passou por Desportiva Ferroviária e Espírito Santo. O Fantasma garantiu 11 triunfos (sete em casa e quatro fora), um empate como visitante e sofreu quatro derrotas (uma diante da torcida e três fora), além de 23 gols a favor e oito contra. Aproveitamento geral de 70,8%.

A Série D foi encerrada com 266 partidas, sendo 137 vitórias dos mandantes, 57 triunfos dos visitantes e 72 empates. Aconteceram 630 gols. Os donos da casa balançaram as redes 393 vezes, ante 237 dos visitantes. Média de 2,37 por partida. A vitória dos mandantes, por 1 a 0, foi o resultado mais repetido - 43 vezes.

Acessos!
Ao todo 20 estados já conquistaram o acesso na Série D desde sua criação em 2009. As ausências são do Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima. O estado de São Paulo, por sua vez, segue na liderança com quatro acessos, um a mais do que Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Pará, Santa Catarina, Pernambuco, Maranhão e Paraná, por outro lado, somam dois acessos cada. Já Ceará, Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Paraíba, Sergipe, Piauí, Alagoas, Bahia e Acre têm um acesso cada.

Entre as regiões, o Nordeste manteve a supremacia e a rotina de garantir acessos na Série D. Já são 13 clubes que chegaram à Série C. Sem falar que em todas as nove edições da divisão, ao menos, um clube da região subiu. O Sudeste, por sua vez, soma dez acessos, contra sete do Sul. O Norte comemorou o objetivo do seu quarto clube. Já o Centro-Oeste tem dois acessos.