São Caetano e Bragantino conquistaram o acesso à elite do Paulistão, mas pagaram para jogar a Série A2

São Paulo - O futebol paulista é o mais valorizado, organizado e rico do país. Bem... pelo menos na teoria. Ou melhor, pelo menos em relação aos chamados grandes. O interior ainda sofre muito com a falta de apoio. Não por acaso, São Caetano e Bragantino só têm motivos para sorrir em campo. A dupla conquistou o acesso à elite do Paulistão, mas pagou para entrar em campo na Série A2 (equivalente a 2ª divisão), segundo levantamento do Sr. Goool.

Para começar, 12 dos 20 clubes da divisão amargaram déficits. Campeão da Série A2, o São Caetano teve o segundo maior rombo da competição. Em 12 partidas como mandante, o Azulão ficou R$ - 128.545,02 no vermelho. Tal montante só não é superior ao déficit do Oeste (R$ - 139.160,63). No caso do clube do ABC é como se o São Caetano pagasse, em média, R$ - 10.712,09 para cada duelo em casa.

Apenas a renda líquida da final ficou azul. A vitória sobre o Bragantino, por 2 a 1, gerou arrecadação de R$ 6.934,94. Mas como a decisão foi em apenas uma partida, a renda foi dividida e o Azulão embolsou míseros R$ 3.467,47. Enquanto isso, a maior dívida foi registrada na Primeira Fase contra o Água Santa (R$ - 17.279,55).

A situação do Bragantino também não foi nada boa. O clube de Bragança Paulista amargou o terceiro maior déficit da Série A2 (R$ - 60.083,31). Em média, o Braga pagou R$ - 5.462,12 para entrar em campo em seus 11 jogos em casa. Apenas duas partidas terminaram no azul. E a história fica ainda mais "cabulosa" por causa da arrecadação da Federação Paulista de Futebol (FPF).

Exigência da FPF!
A entidade presidida por Reinaldo Carneiro Bastos não tem time na Série A2 e, consequentemente, não conquistou o acesso, mas ainda assim amealhou R$ 29.835,43. A FPF exige 1% da renda bruta dos clubes para o "Fundo de Valorização e Desenvolvimento do Futebol Paulista". A ideia da FPF com o tal fundo é "incentivar projetos de marketing e desenvolvimento dos clubes filiados". Seriam "ações da FPF com os clubes, fornecimento de materiais de divulgação de jogos, ações comerciais e de marketing".

A realidade, contudo, é outra. O montante da FPF supera a arrecadação de 15 clubes, entre eles, a dupla do acesso. O Juventus foi o clube que mais ganhou na A2 (R$ 170.300,44). Como se isso não bastasse, a Série A2 foi encerrada com a pior média de público desde 2014, ainda segundo levantamento do Sr. Goool.

Sem público!
A atual edição acabou com média modesta de 1.202 testemunhas e público total de 234.405 torcedores. Em 2014, com cinco jogos a menos do que esta temporada, a média não passou de 1.174 espectadores. Enquanto isso, em 2015, a Série A2 ficou com média de 1.337 apaixonados, ante 2.044 fanáticos no ano passado.

No ranking de clubes da Série A2, o campeão São Caetano não passou do 7º lugar com média de 1.136 pagantes. O Bragantino, duas posições acima obteve média de 1.507 torcedores. A liderança, contudo, foi do Guarani (4.171). Ao todo, 11 clubes não atingiram a marca de mil espectadores. A lanterna ficou sob a responsabilidade do Penapolense (217).

Em campo foram 195 jogos com 95 vitórias dos mandantes, 48 triunfos dos visitantes e 52 empates. Aconteceram 508 gols, sendo 300 dos donos da casa e 208 dos visitantes. Média de 2,61 tentos por partida. A vitória dos mandantes, por 1 a 0, foi o resultados mais repetido - 29 vezes. O São Caetano, com 39 gols, obteve o melhor ataque.