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Catarinense Série A
Em 12 de abril de 2017 às 01:53

Quinze Federações exigem dos seus filiados taxa acima da cobrada em torneios da CBF

Taxa sobra a renda bruta em torneios da CBF é de 5%, mas oito entidades chegam a cobrar 10% dos seus clubes

Rodolfo Brito São Paulo-SP

São Paulo - Qual a função de uma Federação? Estas entidades dizem organizar campeonatos e defender seus filiados. Como sobrevive uma Federação? Estas entidades arrecadam com publicidade, filiação de clubes e TV. Mas nada disso está bom. Estas entidades sempre querem mais, sempre deixam um espacinho no cofre para mais receita. E esta renda vem dos próprios clubes. Segundo levantamento do Sr. Goool, 23 Federações exigem uma taxa sobre a renda bruta dos clubes a cada partida. Quinze destas entidades vão além e cobram acima do valor exigido em torneios organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 

 Rubens Renato Angelotti, presidente da FCF que cobra 10% dos clubes!FCF / DivulgaçãoRubens Renato Angelotti, presidente da FCF que cobra 10% dos clubes!
Segundo o Art. 78 do Regulamento Geral das Competições (RGC), a renda bruta das partidas terá, entre outras deduções, a "taxa da federação local correspondente a 5% da renda bruta, salvo definição de porcentagem diferente especificada no REC". O fato da dedução ser em cima da renda bruta evita que as Federações fiquem sem arrecadar, uma vez que muitos jogos têm dado prejuízo aos clubes. Esta é a taxa cobrada pelas Federações em torneios organizados pela CBF, como as Séries A, B, C e D do Brasileirão, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Copa Verde.

No "terreiro" das próprias Federações, a exigência é ainda maior. As Federações de Santa Catarina, Pará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás, na mão grande, ordenam o pagamento - pasmem! - de 10% da renda bruta. Sim! Os clubes filiados a estas Federações perdem 10% do total que arrecadam com a venda de ingressos. E esta taxa é exigida a cada partida nos Estaduais. Detalhe: paraenses, sul-mato-grossenses e tocantinenses não contam com clubes na elite nacional. Não que isso sirva de desculpa para "enfiar a faca" nos filiados.

Rio Grande do Sul e Minas Gerais também cobram 10%, mas só de alguns clubes. A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) toma 10% de Grêmio e Internacional e exige 5% nos jogos em que os pequenos são mandantes e recebem os chamados grandes da capital. No Mineiro, Atlético, Cruzeiro, América e Tombense pagam 10%. O restante dos clubes desembolsa 8,5%. No Cariocão, os clássicos chegam a 9,5% da renda bruta. Enquanto isso, os duelos entre pequenos e grandes ou grandes e pequenos geram 8% de taxa à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ).

Determinação abusiva!

Há outras entidades que não aliviam seus clubes. Nem mesmo os menores, do interior ou aqueles sem divisão nacional. Nada! Para as Federações o que vale são apenas as verdinhas. As entidades de Alagoas, Espírito Santos, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte tomam 8% da renda bruta dos seus filiados durante todo o Estadual. A Federação Maranhense de Futebol (FMF), por sua vez, "pede" 7,5%.

Enquanto isso, a taxa de 5% é cobrada no Acre, Distrito Federal, Bahia, Mato Grosso, São Paulo, Piauí, Rondônia e Sergipe. A Federação Paraibana cobra uma taxa fixa de R$ 1.200,00. Apenas a Federação do Amazonas não tem taxa sobre a renda bruta dos seus clubes. A Federação Roraimense desrespeita o Estatuto do Torcedor ao não divulgar os borderôs. Desta forma, não é possível saber o tamanho da taxa. Já a Federação do Amapá ainda não colocou a bola para rolar.

O Sr. Goool entrou em contato com todas as Federações que exigem taxa superior a 5% da renda bruta dos clubes. Também tentamos contato com as Federações do Amazonas e da Paraíba. Mas em nenhum dos casos, conseguimos respostas. Nos próximos dias, o Sr. Goool revelará quanto cada Federação já embolsou à custa dos clubes.