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Copa do Brasil
Em 24 de fevereiro de 2017 às 09:37

Roberval Davino, técnico do Murici: "Não vamos jogar a toalha contra o Cruzeiro"

Treinador, mesmo na lanterna do Alagoano, sonha com acesso na Série D e quer avançar na Copa do Brasil

Rodolfo Brito São Paulo-SP

Alagoas - O Murici é a grande sensação da Copa do Brasil. Se na Primeira Fase o clube alagoano eliminou o Juventude - campeão em 1999 -, na Segunda Fase a vítima foi o América Mineiro que, até o ano passado, estava na Série A do Campeonato Brasileiro. Agora, o Murici irá encarar o Cruzeiro na Terceira Fase que terá jogos de ida e volta. E engana-se quem pensa que a Raposa assusta o clube nordestino. O experiente técnico Roberval Davino garante que jogará da mesma forma ante o rival mineiro.

"É uma situação mais complexa contra o Cruzeiro. Ainda será definido a ordem dos mandos de campo. Sabemos da qualidade do Cruzeiro, mas não vamos jogar a toalha. Ainda procuramos um atacante e, quem sabe até o jogo contra eles, temos um time mais reforçado", explicou o comandante ao Sr. Goool.

Roberval Davino, aliás, comentou diversas vezes sobre a necessidade de um atacante. Ele espera de quatro a cinco peças para o restante da temporada. Mas a principal carência é o sistema ofensivo.

"A expectativa é que parte da premiação da Copa do Brasil sirva para contratar um atacante. Nossas finalizações ainda pecam. Precisamos de um cara que o gol seja seu principal objetivo".

 Roberval Davino não iria ficar no Murici, mas hoje está na Terceira Fase da Copa do Brasil e sonhando alto!Jaílson Colácio / MuriciRoberval Davino não iria ficar no Murici, mas hoje está na Terceira Fase da Copa do Brasil e sonhando alto!
Fiel ao esquema!
De qualquer forma, o Murici não mudará seu jeito de jogar. Com exceção do ataque - são seis gols em oito jogos pelo Campeonato Alagoano e Copa do Brasil -, Davino está satisfeito com o desempenho do seu time na temporada.

"Temos uma maneira de jogar, uma proposta de jogo. Não vamos mudar. Lógico que ao longo da partida pode acontecer algo que modifique esta forma. Mas de maneira geral, a ideia é a manter a forma como atuamos até aqui. Tivemos posse de bola maior do que os adversários na Copa do Brasil. Administramos os jogos e queremos continuar assim", comentou o treinador de 62 anos.

Nem mesmo a possibilidade de não atuar no Estádio José Gomes da Costa, em Murici, assusta Roberval Davino. O regulamento da Copa do Brasil não prevê capacidade mínima para jogos até a Terceira Fase, mas para jogos da TV "o estádio deverá ter sistema de iluminação adequado para partidas noturnas". O treinador até reconhece que o gramado  do José Gomes da Costa não é dos melhores, mas não vê necessidade em atuar em casa.

"É verdade que aqui o campo não é legal. Mas o maior problema dos adversários é o calor. Temos condições de jogarmos em campos bons como Rei Pelé, o de Coruripe e o Mineirão. Estamos acostumados com estes campos", disse Davino que analisou a estrutura da sensação da Copa do Brasil.

"É uma estrutura simples a que temos aqui. Há um campo só. Neste ponto deixa a desejar. Mas tem o mínimo necessário. A cidade é pequena e o pessoal gosta do clube e de futebol. São apenas 40 minutos de Maceió. E o principal, aqui paga certinho. Nosso maior salário é de R$ 3 mil".

 Roberval Davino acredita que o Murici possa passar pelo Cruzeiro mesmo jogando longe de casa!Jaílson Colácio / MuriciRoberval Davino acredita que o Murici possa passar pelo Cruzeiro mesmo jogando longe de casa!
Dois times?
Mas o que mais chama a atenção é a diferença de campanhas do Murici. Na Copa do Brasil, o clube assombra os rivais. No Estadual de Alagoas, porém, amarga a lanterna. E entre estas duas competições há ainda a Série D do Brasileirão. Roberval Davino, contudo, mantém sua conhecida calma que garantiu títulos pelas cinco regiões do país. As conquistas mais importantes são da Série C de 1996 com o Vila Nova e 2005 com o Remo.

"O problema é que começamos a preparação para o Alagoano dia 5 de janeiro e o Estadual teve início logo depois. Eu não ia ficar aqui. Voltaria para São Paulo. Mas ai nasceu um neto meu no estado e resolvi ficar. Quando cheguei tinha 40, 50 jogadores. Tive que selecionar alguns, utilizei a base de 2016 e acrescentei algumas peças. Deu liga na Copa do Brasil. A diferença no Alagoano é que a bola não está entrando. Estamos jogando da mesma forma. Sabemos que nossa situação não é legal. Precisamos nos recuperar para brigarmos pela classificação e termos um calendário bom em 2018. Sem falar que temos o objetivo de brigar para subir na Série D", finalizou Davino, natural de Maceió.

O Murici, após seis jogos, amarga a lanterna no Grupo A do Alagoano com três pontos. São três empates e três derrotas, além de três gols a favor e sete contra. Aproveitamento de 16,7%. Na quinta-feira, 2 de março, o Murici enfrentará o ASA, em Arapiraca, pela 7ª rodada do Estadual.