Santa Cruz perde público à medida que conquista acessos no Brasileirão

Pernambuco - Chapecoense, Joinville e Santa Cruz são os únicos clubes que saíram da Série D e chegaram à Série A do Campeonato Brasileiro. Mas apenas o Santinha, ao longo desta caminhada, perdeu público. É verdade que os números do Tricolor ainda são melhores do que os apresentados pelos rivais catarinenses, mas o clube nordestino viu esvaziar as arquibancadas do Arruda, em Recife.

O fim do Todos com a Nota, programa em que torcedores trocavam notas fiscais por ingressos, é um dos motivos da queda de público, mas não pode ser considerado o único. Afinal, na Série D, o Santinha levava mais de 30 mil pagantes e, hoje, na campanha do acesso sequer chega a metade disso, 15 mil torcedores.

Segundo levantamento do Sr. Goool, o Santa Cruz - em suas três temporadas na última divisão nacional - superou a marca de 30 mil fãs, chegando a ter a melhor média do Brasil. O melhor desempenho aconteceu em 2011, quando o Tricolor conquistou o acesso. A média do Santinha, há quatro anos, era de 36.916 pagantes.

Na Série C, mesmo com a queda significativa nas arquibancadas, ainda era possível ter bom público. Em 2012 e 2013, o Santa Cruz superou os 20 mil pagantes. Há dois anos, durante o acesso, a média pernambucana foi de 26.578 apaixonados. Tudo mudou, porém, com a chegada à Série B. Outro motivo que pode estar relacionado a queda de público é o aumento de partidas.

No ano do acesso na Série D, por exemplo, foram apenas oito jogos como mandante. Na Série Cm em 2013, também durante o acesso, o Santa Cruz foi campeão e realizou 13 partidas ao lado da torcida. Já na Série B, obrigatoriamente, são realizados 19 duelos em casa e 38 no total.

Se da Série D para a Série C, o Santa Cruz perdeu - mais ou menos - dez mil pagantes, da Série C para a Série B a queda foi pela metade. Em 2014, a marca tricolor não passou de 13.373 fanáticos. Já na atual temporada, mesmo com o acesso, a média é só 12.160 testemunhas. Pouco para quem estava acostumado com o Arruda apinhado de torcedores.

Melhora de público!
Ao contrário do Santa Cruz, novo integrante da Série A, Chapecoense e Joinville melhoraram suas médias de público desde a Série D. O aumento nas arquibancadas da Arena Condá é visível. Em 2009, a Chapecoense disputou e conquistou o acesso na Série D com média ínfima de 1.903 pagantes. No primeiro ano de Série C, esta marca pulou para 5.628 torcedores.

É verdade que nas duas temporadas seguidas no terceiro escalão nacional, a Chape não conseguiu chegar aos cinco mil fãs. Mas na Série B, o Verdão alcançou a média de 6.385 torcedores. De volta à Série A, a Chapecoense rompeu a barreira dos dez mil fanáticos em 2014 (10.021). Hoje, mesmo com uma campanha razoável, a média da Chapecoense é de 9.030 torcedores - muito bom para o clube do interior catarinense.

A arquibancada tricolor do Joinville, por sua vez, acompanhou o desempenho do time em campo. Exceção feita em 2015. O JEC conquistou o acesso na Série D, em 2010, diante de 5.127 pagantes. A média mais do que duplicou na Série C de 2012 (11.231). Durante os três anos na Série B, porém, o Joinville não conseguiu chegar a dez mil fãs, mas mesmo assim conquistou marcas bem superiores ao desempenho na última divisão nacional.

Se na Série B, a média não foi de dez mil pagantes, na Série A o relógio voltou a superar a barreira dos dez mil apaixonados. Mesmo tendo ficado todas as rodadas na zona de rebaixamento, mesmo tendo amargado a lanterna e confirmado o rebaixado, o Tricolor mostrou a paixão dos seus torcedores nas arquibancadas. A média do JEC no Brasileirão 2015 é de 10.076 fanáticos.

Confira a média de público dos clubes que saíram da Série D e chegaram à Série A:

Chapecoense

Série D 2009 (1.903)
Série C 2010 (5.628)
Série C 2011 (3.549)
Série C 2012 (3.314)
Série B 2013 (6.385)
Série A 2014 (10.021)
Série A 2015 (9.030)

Joinville

Série D 2010 (5.127)
Série C 2011 (11.231)
Série B 2012 (9.397)
Série B 2013 (8.313)
Série B 2014 (9.990)
Série A 2015 (10.076)

Santa Cruz

Série D 2009 (36.249)
Série D 2010 (30.243)
Série D 2011 (36.916)
Série C 2012 (24.155)
Série C 2013 (26.578)
Série B 2014 (13.373)
Série B 2015 (12.160)