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Copa do Brasil
Em 06 de novembro de 2014 às 03:26

Com final inédita na Copa do Brasil, Minas Gerais se torna o centro do futebol brasileiro

Conheça os segredos dos mineiros que têm encantado o futebol nacional nos últimos anos

Rodolfo Brito São Paulo-SP

Minas Gerais - Minas Gerais foi o centro das atenções ao longo das eleições presidenciais. Se o Estado não é a capital do Brasil - apesar de todo o foco de Aécio Neves e Dilma Rousseff -, Minas Gerais é, hoje, o centro das atenções no futebol brasileiro. E não por acaso! O último grande feito dos mineiros foi visto na quarta-feira durante as classificações de Atlético e Cruzeiro para a inédita final da Copa do Brasil.

O Galo bicou mais uma vítima e conseguiu o "impossível", de novo. O Atlético garantiu pela primeira vez sua presença na decisão ao despachar o Flamengo. Assim como havia feito nas semifinais contra o Corinthians, o Alvinegro perdeu o jogo de ida, por 2 a 0, saiu atrás em Belo Horizonte, mas garantiu o triunfo, por 4 a 1. (Confira a página exclusiva do Atlético Mineiro no Sr. Goool!)

A classificação do Cruzeiro não foi menos emocionante. Mesmo com a vitória, por 1 a 0, em casa, a Raposa sentiu a pressão do Santos e saiu atrás do marcador. O Cruzeiro até empatou, mas levou 3 a 1. O resultado dava a classificação ao Peixe. Mas no final da partida, os mineiros não só diminuíram como empataram e se garantiram para sexta decisão do torneio. (Confira a página exclusiva do Cruzeiro no Sr. Goool!)

Os mineiros, agora, ostentam sete presenças na final. São quatro títulos (1993, 1996, 2000 e 2003) e um vice (1998) do Cruzeiro, além da decisão em andamento. Esta é apenas a segunda vez em que a Copa do Brasil terá dois clubes do mesmo Estado na final. Em 2006, o Flamengo superou o Vasco na decisão carioca.

Segredos!
Mas não pense que é "apenas" por causa da final da Copa do Brasil que Minas Gerais se tornou a capital do futebol brasileiro. Pelo contrário. Os mineiros, sob a batuta do Atlético, são os responsáveis pelo último título brasuca na Libertadores e na Recopa Sul-americana.

Sem falar que o último campeão brasileiro também é de Minas Gerais. O Cruzeiro faturou a Série A em 2013 e está bem próximo do inédito bicampeonato nacional. Mas a façanha do Estado não tem nada com sorte. A competência dos mineiros tem uma grande ajuda de planejamento e organização.

Para começar, a Federação Mineira de Futebol (FMF), há tempos, inicia seu Estadual apenas em fevereiro. Deixando o mês de janeiro para a pré-temporada. Só agora e sob muita pressão, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) adotou o formato e, além dos 30 dias de férias, garantiu pré-temporada a todos os clubes nacionais.

Outro detalhe importante é a paciência com os treinadores. Cuca teve tempo de trabalhar e garantiu o inédito título da Libertadores para o Galo. É verdade que Levir Culpi sofreu pressão no Atlético, mas quando deram tempo para ele trabalhar, obteve resultados.

E o que falar de Marcelo Oliveira? Se o treinador chegou ao Cruzeiro sob a desconfiança por ter defendido o rival, logo conquistou seu espaço. Marcelo Oliveira está na Raposa desde 2013. Lá foi campeão brasileiro na temporada passada e, em 2014, faturou o título estadual. Hoje, comanda o melhor time do Brasil.

Campanhas!
Ao longo da Copa do Brasil, o Atlético Mineiro disputou seis jogos - foram quatro vitórias (três em casa e uma fora) e duas derrotas como visitante. Aproveitamento de 66,7%. O Galo ainda tem 11 gols a favor (dez em casa e só um fora) e seis contra (dois como mandante e quatro como visitante).

A campanha do Cruzeiro é parecida. São quatro triunfos (três em casa e um fora), um empate como visitante e uma derrota fora. Aproveitamento de 72,2%. O clube mineiro anotou 14 gols (sete em casa e sete fora) e sofreu sete tentos como visitante.

Nas arquibancadas, porém, a vantagem é alvinegra. Com o segundo maior público da Copa do Brasil (41.352), o Atlético Mineiro pulou para o 3º lugar no ranking do torneio com média de 31.216 pagantes. O Cruzeiro, por sua vez, aparece na modesta 11ª colocação com média de 17.761 torcedores.

O jogo de ida da decisão acontecerá na próxima quarta-feira, às 22 horas, no Independência, com mando do Galo. No mesmo horário, em 26 de novembro, ocorrerá o duelo final no Mineirão, com mando da Raposa. Como são dois clubes da mesma cidade, não existirá a vantagem do gol fora de casa.