São Paulo - Eternos rivais, Palmeiras e Corinthians talvez nunca viveram momento tão antagônico com seus técnicos como na atual edição do Campeonato Brasileiro da Série A. Luiz Felipe Scolari assumiu o Verdão e não sofreu sequer uma derrota, além de ter colocado o clube próximo do título. Jair Ventura, por outro lado, nada acrescentou ao contestado trabalho de Osmar Loss e ainda empurrou um pouco mais o Timão para perto da zona de rebaixamento.

Felipão, se fosse um clube, estaria ainda mais disparado na liderança do Brasileirão. O treinador assumiu o Palmeiras após a derrota para o Fluminense, por 1 a 0, em 25 de julho, pela 15ª rodada. Nesta quarta-feira, diante do mesmo adversário, mas com vitória, por 3 a 0, no Allianz Parque, Felipão completou 19 partidas à frente do Alviverde com 15 vitórias e quatro empates.

Tal sequência invicta é a mesma do Corinthians no 1º turno do Brasileirão 2017 - recorde na história dos pontos corridos. O aproveitamento de Luiz Felipe Scolari é de 82,5%, bem superior aos 68,6% do próprio Palmeiras. O líder tem 20 vitórias (14 em casa e seis fora), dez empates (dois como mandante e oito como visitante) e quatro derrotas (uma ao lado da torcida e três fora), além de 55 gols a favor e 23 tentos tomados.

Na 15ª rodada, como comparação, o Palmeiras, então com Roger Machado no banco de reservas, aparecia na 7ª colocação com 23 pontos, oito a menos do que o líder Flamengo. O Alviverde, naquela oportunidade, somava seis triunfos, cinco igualdades e quatro tropeços. Desempenho de 51,1%.

"Dos 12 (pontos), temos de ganhar oito. Esse é o número ideal para ser campeão. São duas vitórias e dois empates. É muito difícil. Então, vamos fazendo os pontos quando dá. Temos jogo em Londrina. Tomara que a gente tenha um aproveitamento muito bom. Aí vamos encurtando esse número para poder respirar bem nos últimos dois ou três jogos", disse o comandante alviverde em entrevista coletiva.

O Palmeiras voltará a campo no domingo, às 17 horas, para encarar o Paraná no Estádio do Café, em Londrina, pela 35ª rodada. O Tricolor foi o primeiro adversário de Felipão e o clube paulista, naquele momento, meteu logo 3 a 0 diante da torcida.

Do lado alvinegro...
Se o lado alviverde faz as contas para dar a décima volta olímpica no Brasileirão, a segunda nos pontos corridos em três anos, o atual campeão Corinthians pega a calculadora para tentar evitar o segundo rebaixamento. A primeira queda à Série B foi em 2007. O Alvinegro do Parque São Jorge parou nos 40 pontos. São só dez vitórias (oito em casa e duas fora), dez empates (sete como mandante e três como visitante) e nada menos do que 14 derrotas (duas ao lado da torcida e 12 fora), além de 33 gols a favor e outros 33 tomados. Aproveitamento de 39,2%.

Jair Ventura pegou o Corinthians, de Osmar Loss, na 8ª colocação. De lá para cá no Brasileirão foram 11 partidas com apenas duas vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Aproveitamento de 30,3%. Tal desempenho só supera o apresentado pelo lanterna e já rebaixado Paraná (20,6%). No geral, o jovem treinador acumula 15 jogos com três triunfos, cinco empates e sete derrotas, além de 11 gols a favor e 17 tentos levados. Aproveitamento de 31,1%. Ainda assim, Jair Ventura parece viver outra realidade.

"A gente sabe que o Corinthians não cai, né? A pressão é grande, mas a gente sabe que o Corinthians não cai, não é porque eu estou falando, mas pela qualidade do meu grupo. Não tem chance do Corinthians cair", analisou o comandante em coletiva ainda no Mineirão após a derrota para o Cruzeiro, por 1 a 0.

O Corinthians tentará se reabilitar no próximo sábado, às 19 horas, em confronto direto ante o Vasco na Arena, em Itaquera. O Timão ainda terá pela frente do Atlético Paranaense fora de casa, a Chapecoense ao lado da torcida e o Grêmio em Porto Alegre.

"São finais, decisões, jogos em que a responsabilidade é toda nossa, respeitamos o Vasco, tem que fazer dever de casa com o apoio da nossa torcida. Mas também buscar um grande jogo contra o Atlético-PR fora e só depois pensar na Chapecoense", finalizou Jair Ventura.