Rio de Janeiro - O Flamengo, apenas nos sempre polêmicos institutos de pesquisa, detém a maior torcida do Brasil. O Rubro-negro, porém, está longe do topo no ranking de sócios torcedores. Segundo o Futebol Melhor, o clube carioca amarga a modesta 9ª colocação com 53.735 adesões, duas vezes menor do que a marca do líder Corinthians (128.109). Nas arquibancadas, o Flamengo também tem perdido feio para os rivais e as marcas negativas só aumentaram com a ausência do Maracanã.

Há tempos, aliás, que o torcedor do Rio de Janeiro tem fugido dos estádios. Para se ter uma ideia, o Flamengo dentro do próprio estado ostenta média insignificante de 4.618 testemunhas em nove partidas, segundo levantamento do Sr. Goool. Com esta marca, o Mengo ficaria atrás das médias gerais de clubes das Séries B, C e D.

Alguns exemplos: o Paysandu, da Série B, ostenta média de 11.655 bicolores; ainda pela Série B há o Vasco, único grande do Rio com casa, com média de 11.327 cruzmaltinos; o Bahia, por sua vez, tem 10.930 tricolores; a média do Fortaleza, da Série C, é de 13.376 tricolores; na mesma divisão, o Remo aparece com 9.164 paraenses. E o que dizer do CSA que, mesmo na Série D, tem média de 8.437 fãs? O Campinense, na mesma situação, aparece com 6.942 apaixonados.

Menor!
A fragilidade do Flamengo nas arquibancadas ficou evidente no empate, por 2 a 2, contra o Chapecoense na última quarta-feira, quando 2.252 fãs estiveram em Volta Redonda, para acompanhar o duelo pela 3ª rodada do Brasileirão. Este é o quarto pior público do torneio mais importante do país.

O Flamengo, por sinal, tem a quinta menor média de público da Série A. A marca de 5.058 apaixonados supera apenas os números dos rivais Botafogo (4.022) e Fluminense (4.022), que também sofrem com as ausências do Maraca e do Engenhão, além de Chapecoense (2.057) e América Mineiro (1.698).

Botafogo, Flamengo e Fluminense já atuaram em casa e juntos ostentam média de apenas 4.097 pagantes. Sem o Maracanã e o Engenhão, o trio carioca tem mandado seus jogos em diversos estádios, entre eles o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O campo do Voltaço tem capacidade para 18.230 pessoas, segundo o Cadastro Nacional de Estádios de Futebol (CNEF), da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas apenas 2.325 testemunhas estiveram no confronto entre Fluminense e Santa Cruz. O Botafogo levou 3.660 fãs na estreia contra o São Paulo, enquanto o Flamengo "encheu" o estádio com 7.863 fanáticos ante o Sport.

Longe de casa!
Os clubes cariocas, nos últimos anos, passaram atrair mais torcedores nos outros estados do que no próprio Rio de Janeiro. Ainda assim, os números estão longe de serem exemplares. A média geral do Flamengo na temporada 2016 é de 9.433 pagantes. O intitulado dono da maior torcida do Brasil, mesmo tendo disputado Liga Sul-Minas-Rio (eliminado nas semifinais), Cariocão (eliminado nas semifinais), Copa do Brasil (eliminado na Segunda Fase) e Brasileirão, tem público total de só 132.060 fanáticos.

Como dissemos, os jogos fora do Rio de Janeiro melhoram os públicos dos cariocas, mas de forma modesta. O Flamengo, por exemplo, realizou o clássico contra o Vasco no Mané Garrincha, em Brasília. A capacidade do estádio de mais de 70 mil lugares, mas o público pagante foi de 26.917. O clássico ante o Fluminense realizado no Pacaembu - com espaço para 40 mil espectadores - deu público de 28.727 torcedores.

O Flamengo, para os institutos de pesquisa e para sua nação, ainda tem a maior torcida do Brasil. Mas diante de tais números, tanto nas arquibancadas como no ranking de sócios torcedores, vale a pergunta: até quando?