Minas Gerais - "Caiu no Horto, tá morto"? Não mais! Há tempos o Independência deixou de ser o lugar de abate do Atlético Mineiro. O Galo já não assusta mais os rivais e os torcedores deixaram de acreditar. Tanto é verdade que o Atlético, neste momento, ostenta aproveitamento pior em casa do que fora no Campeonato Brasileiro da Série A. Tal fato não acontecia desde o ano do rebaixamento, segundo levantamento do Sr. Goool.

Encerrado o turno do Brasileirão, o clube de Belo Horizonte realizou dez partidas como mandante, sendo apenas duas vitórias, dois empates e nada menos do que seis derrotas, além de dez gols a favor e 15 contra. Aproveitamento de 26,7%. Essa é a segunda pior campanha de um mandante no Brasileirão. O Galo só supera o Vitória e por causa do saldo de gols (-5 a -6). A derrota para o líder Corinthians, por 2 a 0, foi realizada no Mineirão. Considerando apenas os jogos no Independência, o desempenho sobe levemente para 29,6%.

Mas o que vale neste levantamento é a campanha como mandante. Naturalmente, os clubes sentem-se mais à vontade para atuar ao lado da torcida e conseguem a maioria dos pontos em casa. Não com o Atlético Mineiro. O Galo, fora de casa, tem aproveitamento de 55,6%. São quatro triunfos, três empates e duas derrotas, além de nove tentos a favor e oito tomados.

Esse raro fenômeno não acontecia desde 2005, quando o Atlético Mineiro amargou o descenso para a Série B. Há 12 anos, o Galo fechou o Brasileirão com aproveitamento de 34,9% em casa e 39,7% fora. Foram 13 vitórias (seis como mandante e sete como visitante), oito empates (quatro ao lado da torcida e quatro fora) e 21 derrotas (11 em casa e dez fora). O representante mineiro seria rebaixado no antepenúltimo lugar com 47 pontos e aproveitamento de 37,3%.

Antes do Horto...
O desempenho modesto do Atlético Mineiro ao lado da torcida, por sua vez, não era visto desde a fase da Arena do Jacaré. Com o Mineirão em reformas, o Galo foi obrigado a atuar em Sete Lagoas. Em 2010 e 2011, a campanha como mandante superou a de visitante, mas o aproveitamento foi bem menor do que nas últimas temporadas.

Em 2010, por exemplo, o Galo teve desempenho abaixo de 50% ao lado da torcida (49,1%), mas ainda assim bateu a campanha fora de casa (29,8%). No ano seguinte, os jogos em casa renderam aproveitamento um pouco maior, de 57,9%, ante 21,1% longe dos torcedores. Mas nada compara-se a fidelidade do Horto.

O casamento foi oficializado em 2012. E logo de cara, o Atlético terminou o Brasileirão invicto como mandante. Foram 14 vitórias e cinco empates. Aproveitamento de 82,5%. Na temporada seguinte, o Galo manteve o embalo ao garantir 77,2% como mandante. No Horto foram 18 jogos (12 vitórias, cinco empates e uma derrota). Novamente o aproveitamento ao lado da torcida superou 70% (71,9%) em 2014. A mesma campanha foi vista em 2015. Já no ano passado, o Atlético melhorou sua marca em casa (73,7%).

Até a presença do torcedor diminuiu na atual temporada. A média do Galo no Brasileirão não passa de 15.140 pagantes, a pior desde 2014. No ano da Copa, a média do Atlético ficou em 14.132 torcedores. Em 2015 houve o recorde de 23.292 apaixonados. Já na temporada passada, o clube mineiro obteve média de 18.510 aficionados.

Na 14ª colocação com 23 pontos, apenas quatro a mais do que a zona de rebaixamento, o time do técnico Micale terá a chance não só de recuperar-se no Brasileirão após a derrota para o Grêmio, por 2 a 0, em Porto Alegre, mas também de voltar a mostrar sua força em casa. O Atlético, que vem de quatro derrotas seguidas em casa, vai abrir o returno contra o Flamengo no domingo, às 16 horas, no Estádio Independência, em Belo Horizonte. Caiu no Horto...